Já imaginou um computador que pode resolver problemas que levariam milhares de anos para serem resolvidos pelos computadores atuais? Essa é a promessa da computação quântica, e o chip Willow da Google está no centro dessa inovação.
O chip do Google promete solucionar problemas impossíveis e utilizar a tecnologia para beneficiar a humanidade pelos próximos anos. Vamos conhecer melhor essa inovação?
Mas o que é o chip Willow?
O chip Willow é uma unidade de processamento que tenta imitar o funcionamento do cérebro humano. O Willow foi criado para permitir que máquinas e dispositivos se tornem mais inteligentes, aprendendo com as informações que recebem, assim como o cérebro humano faz.
Segundo o Google, o Willow pode resolver em 5 minutos, problemas que os supercomputadores atuais levariam dez septilhões (ou 10.000.000.000.000.000.000.000.000) de anos para resolver.
E o que é computação quântica?
Nos computadores tradicionais, tudo é feito usando números chamados "0" e "1", que são conhecidos como bits. Cada "bit" pode ser apenas 0 ou 1, e com uma sequência deles, os computadores conseguem fazer cálculos e armazenar informações.
Já na computação quântica, os computadores usam "qubits", que são um tipo especial de bit. Um qubit, ao invés de ser só 0 ou só 1, pode ser os dois simultaneamente. Isso é como se o qubit pudesse estar em muitos lugares ao mesmo tempo, o que permite que os computadores quânticos façam muitos cálculos de uma vez só e resolvam problemas muito mais rápido do que os computadores comuns.
Como a humanidade pode se beneficiar dessa tecnologia?
Hartmut Neven, responsável pelo laboratório de inteligência artificial quântica do Google e pela criação do chip quântico do Google, escreveu para a Forbes:
“O chip Willow representa um grande passo em uma jornada que começou há mais de 10 anos. Quando fundei o Google Quantum AI em 2012, a visão era construir um computador quântico útil e de larga escala que pudesse aproveitar a mecânica quântica — o “sistema operacional” da natureza na medida em que o conhecemos hoje — para beneficiar a sociedade ao avançar a descoberta científica, desenvolver aplicativos úteis e enfrentar alguns dos maiores desafios da sociedade”.
Essa tecnologia demonstra um poder computacional sem precedentes, capaz de realizar simulações científicas complexas, então, podemos esperar avanços significativos em diversas áreas.
A computação quântica permitirá a criação de materiais mais resistentes, produzir novos medicamentos e tratamentos para doenças de forma mais eficazes, simulações científicas que poderiam resolver questões relacionadas a mudanças climáticas, impulsionar o desenvolvimento de algoritmos e aprendizado de máquinas permitindo que as inteligências artificias aprendam e se adaptem a um ritmo mais rápido, além da criação de sistemas de segurança inquebráveis em criptografia, entre outros.
Ao mesmo tempo em que a inovação trará avanços incríveis, especialistas alertam sobre o uso da tecnologia para fins criminosos. Em fevereiro, a Apple divulgou que está reforçando a segurança da criptografia do iMessage, tornando-a resistente a futuras ameaças de computadores quânticos, garantindo que esses dispositivos não possam decifrar mensagens.
Em entrevista à BBC, Neven disse que a computação quântica ainda está em desenvolvimento e que um chip com as aplicações desejadas para o mercado com fins comerciais só poderá ser uma realidade no final da década.
E aí, prontos para um salto quântico no futuro e para viver a era do chip Willow?